sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Triângulo

As portas da ambulância abriram-se e a maca entrou. A pobre mulher estava num estado lastimável. As sirenes começaram a tocar e as rodas chiaram sobre o pavimento molhado e frio.

Era, sem dúvida, um dos piores Invernos dos últimos anos.

O impacto com o carro quase que lhe tinha separado por completo a alma do corpo e, na ambulância e, depois, no Hospital lutava-se para que isso não acontecesse.

Oxigénio, sangue, fármacos, tudo foi usado para impedir a dissolução total.

Em vão...

Lentamente, as últimas amarras quebraram-se e a alma partiu. O corpo nem pôde acordar para lhe dizer adeus. Ficou deitado, sozinho e frio.

Frio como aquele dia de Inverno em que, no leito da estrada, um carro o traiu e levou a sua amante...